terça-feira, 28 de abril de 2015

The Dodos - MusicBox

Foi na passada quinta - feira que estes meninos se deslocaram a Lisboa.
Vieram cheios de energia e vontade de mostrar o álbum novo - Individ.
A sala ia-se compondo e, embora sem esgotar, ficou preenchida de olhares atentos e algumas vozes em coro.
A dupla que já antes descrevera num post de 25 de Fevereiro, surpreendeu os mais curiosos e duvidosos das capacidades de um grupo em usar apenas guitarra e bateria.
As distorções são variadas, desde a voz à guitarra, tocando o psicadelismo com a ponta dos dedos.
A guitarra acústica saudava o público em certas alturas lembrando-nos das origens folk que os caracterizam.
A voz, por vezes, perdia-se entre os instrumentos e estes, por sua vez, exibiam-se com solos deliciosos e camadas de loops.
Ao longo de 1h exacta com encore de 2 músicas, Meric (o vocalista) foi interagindo com o público, contrariando a postura rígida que o caracteriza.
Álbum apresentado, concerto dinâmico e autógrafos no fim, o suficiente para conceder ao público a sensação de saciedade.






Agenda Mai - Ago 2015 - Lisboa

1 de Maio
The Parkinsons + The Jack Shits
Sabotage Club
10€

2 de Maio
Bruto and The Cannibals
Sabotage Club
7€

Lisboa KAOS: 
Artigo 21 + Osso Ruído + Gatos Pingados + Templários do Rock + Diabolical Mental State + Inkilina Sazabra + KSF + Nostragamus + From Heroes to Zeros + Balazium
República da Música 
5€

One Vision (Tributo a Queen)
RCA Club
6,99€ (4 bebidas incluídas)

5 de Maio
MONO + Helen Money
RCA Club
20€

7 de Maio
Roger Harvey + Caves + Against Me
Paradise Garage
15€

8 de Maio
MIDNIGHT PRIEST + ANGEL MARTYR + SPEEDEMON
RCA Club
8€

Thee Eviltones
Sabotage Club

9 de Maio
CANCER + BLEEDING DISPLAY + DERRAME + SHORYUKEN
RCA Club
17€

15 de Maio 
SLIMMY + DESERTO
RCA Club
8€

16 de Maio
PEARL BAND (Tributo a Pearl Jam)
RCA Club
6.99€ (4 bebidas incluídas)

17 de Maio 
MELECHESCH + KEEP OF KALESSIN + TRIBULATION + EMBRYO
RCA Club
20€

18 de Maio
Moullinex 
Fnac Chiado

21 de Maio
Arch Enemy + Unearth + Drone
Paradise Garage
23€

22 de Maio 
RAD
RCA Club
6.99€ (4 bebidas incluídas)

23 de Maio
MONSTRO (Tributo a Ornatos Violeta)
RCA Club
6.99€ (4 bebidas incluídas)

28 de Maio
Moullinex
Lux
10€

Sensible Soccers
Teatro Maria Matos
5€ a 12€

29 de Maio 
SUNYA + INNER BLAST + SEVENRIOTS
RCA Club
6€

31 de Maio
Capitães da Areia
Fnac Colombo

13 de Julho
Gojira + TBA
Meo Arena
23€

26 de Julho
Azimov + Go!zilla
Sabotage Club

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Kurt Cobain - Montage of Heck

Eis que finalmente surge O Documentário. Aquele que todos devem ver, até os que não gostam de Nirvana.

Entre montagens, entrevistas, animação, filmes caseiros e música surge a descoberta de Kurt Cobain.
Os fantasmas, os medos, as revoltas, os amores, a genialidade que nunca foram aprofundados e, alguns, nem revelados. Está tudo aqui.
A essência pura desde o nascimento até à morte, com relatos dos pais, irmã, madrasta, amigos e mulher.
Não está só muito bem feito tecnicamente (não que eu perceba muito disso), mas também emocionalmente.
São perto de 2h15 em que não há aborrecimento ou exaustão visual.
Simplesmente tem de ser visto. Por todos.
Para os apreciadores e amantes de Nirvana, a comunhão com o grupo vai ficar ainda mais forte. Para todos os outros é uma lição de cultura que não deve ser desperdiçada.
Parabéns Brett Morgen, é um dos melhores documentários de música que alguma vez vi.




sexta-feira, 17 de abril de 2015

Lisbon Psych Fest

No passado fim-de-semana foi tempo de viajar.
Quem se dirigiu ao Teatro do Bairro, palco da primeira edição do Lisbon Psych Fest, na sexta-feira e sábado passados pode viajar pelo mundo do psicadelismo até onde a sua mente deixasse ser guiada.
Foi isso que senti nestes dois dias: momentos de viagem mental, paz e satisfação. Possivelmente tocaram com a ponta dos dedos na essência do Woodstock.

Deixo desde já os meus parabéns à organização do festival que, para primeira edição, não podia ter estado melhor. Desde o Line up, ao local, ao preço e às condições, nada de negativo me cabe apontar.

Dia 1, Sexta - Feira

Tess Parks
Ás 22h em ponto ouviam-se os primeiros acordes de uma guitarra subtil e poucos minutos depois uma voz rouca que parecia querer seduzir o público. O que poderia ter sido uma conquista, tornou-se desilusão geral. A voz rouca, que se arrastava cada vez mais de minuto para minuto, afirmava que estava embriagada e falava de amor. Demasiado embriagada por sinal. As músicas pareciam ser uma continuação das anteriores e o álcool acabou por roubar o interesse ao concerto que durou cerca de 30 minutos.
Tess Parks é do Canadá e fez-se acompanhar pelo namorado e a sua guitarra.
Tem notórias influências de Mazzy Star.



Pauw
O palco encheu-se de seguida com 4 meninos holandeses de aspecto hippie. Encheram o palco e a alma dos espectadores.
Fizeram-nos voar às décadas de 60 e 70 com um rock psicadélico sublime, cheio de excelentes construções musicais com um baixo, uma bateria e um teclado de cortar o ar. De notar o facto de o baixista tocar alguns acordes com um arco de violino e o teclista ter um gongo chinês no qual ia batendo subtilmente.
Tocaram aproximadamente 45 minutos uma meia dúzia de faixas de longa duração.
Entraram sem dúvida para o meu top 3 do festival.


thelightshines
Foi tempo de acalmarmos os ânimos deixados em altas pelos Pauw. Os thelightshines, 5 meninos com um ar londrino entram em palco para nos suavizarem o ouvido com um pop rock, também, tipicamente londrino.
Foi um concerto calmo, com alguns riffs de rock'n'roll e uns toques de psicadelismo, uma voz branda, letras básicas e pouca simpatia.
Tocaram cerca de 35 minutos e terminaram com a faixa single do álbum que sai este ano, faixa tal que tem um nome bastante apelativo para os mais atentos - God is a Gun (Who Could Killl Anyone).
Arriscaria dizer que têm influências de Stone Roses.
Têm mais força em estúdio que ao vivo.


Black Market Karma
De seguida, compatriotas dos antecessores e cheios de presença, entram em palco os Black Market Karma constituídos por 4 meninos e 1 menina.
Fechámos os olhos e fomos guiados até um mundo encantado, cheio de psicadelismo.
A voz masculina penetrante, encaixava na perfeição com o jogo de guitarras e percussão existentes. A voz feminina não ganhou força para sobressair por entre a complexidade instrumental existente.
As faixas eram longas e hipnotizantes, deixando o público com um sorriso nos lábios durante cerca de 1 hora.


Keep Razors Sharp
Para finalizar os concertos, os tão bem escolhidos cabeça de cartaz sobem ao palco.
Mostram-se tímidos mas cheios de garra e rock a escorrer pelos poros.
Os Keep Razors Sharp revelam uma maturidade musical que tem como resultado um dos melhores concertos da noite e, quiçá, do festival.
4 amigos ligados à música tocam uma mistura de rock psicadélico com post - rock, com influências de Jesus & The Mary Chain e uns toques de Black Rebel Motorcycle Club.
Durante aproximadamente 1 hora para além de satisfazerem os ouvidos dos presentes, ainda trouxeram 2 surpresas: a companhia do Paulo Furtado numa música e a cover da Kylie Minogue - Can´t Get You Out Of My Head, que os acordes de rock conseguiram transformar completamente.


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A noite terminou da melhor maneira com  a Floresta Encantada de Tiago Castro e Ana Farinha, da Radar.

Dia 2 - Sábado

Basset Hounds
Se a noite anterior terminou com maturidade musical, a noite a seguir iniciou com falta dela.
Já atrasados, pela falta de pessoas existentes no teatro, entram 4 meninos portugueses em palco captando as atenções do público.
Tocaram cerca de 30 minutos e não encantaram. Embora o instrumental fosse bem trabalhado, a voz mostrou-se fraca e sem garra. Tocam rock e é só. Nada de novo ou inovador, pelo menos na minha opinião. Não quer isto dizer que tenha assistido a um mau concerto, foi apenas menos interessante.
No final ainda houve uma tentativa de explosão de rebeldia quando um dos guitarristas começou a bater com a guitarra no chão.


My Expansive Awarness
Foi a vez de Espanha mostrar como anda o rock por lá.
Entram em palco, tímidos, 4 meninos e 1 menina pouco comunicativos, tocam a primeira música apenas instrumental e deixam o público ansioso e cheio de curiosidade.
Foi um concerto em crescendo que durou cerca de 50 minutos. Dotados de uma grande energia, trouxeram-nos um rock psicadélico com uma mescla de space rock que fez o público iniciar a viagem.
Possuem umas excelentes linhas de baixo e um bom teclista. A voz feminina, mais uma vez precisava de menos subtileza, embora se conjugue bem com a masculina.
Foi uma agradável surpresa para o público e, penso que para eles também.


Desert Mountain Tribe
Chegou a hora do rock'n'roll, da força das guitarras e da voz com distorção.
Embora a banda londrina tenha mantido sempre uma linha exacta e tenha sido pouco comunicativa, os 35 minutos de concerto que deu foram extraordinários.
Composta apenas por baixo, guitarra, bateria e voz (3 elementos), não se sente a falta de mais.
Mostraram um poder instrumental que não é fácil de alcançar. Notam-se influências de Velvet Underground.


dreamweapon
Os portugueses dreamweapon estavam bem guardados. Tão bem guardados que poucos os conheciam e para os que não conheciam tornaram-se numa surpresa bastante agradável.
Constituída por 4 elementos, é uma banda com grande poder instrumental. As faixas pouca voz têm e pouco precisam dela. A distorção, as guitarras pesadas, fortes e sabedoras do caminho que devem seguir e as faixas longas obrigam-nos a fechar os olhos e a percorrer caminhos de transe mental.
Viagens psicadélicas, repletas de boas energias que perduraram cerca de 45 minutos. 
Há uma notória influência de The Doors e do rock psicadélico dos anos 70.
Embora a comunicação falada tenha sido escassa, encerraram o meu top 3 do festival.


The Vacant Lots
O festival chega ao fim com um grande duo americano. Os Vacant Lots encerraram o festival da melhor maneira com um concerto cheio de rock psicadélico, progressivo e minimalista.
Com batidas electrónicas mescladas com os riffs da guitarra e o único prato existente, o público deixou-se envolver, ganhando energia para tirar os pés do chão.
De valorizar a construção musical alcançada com a complexidade sonora, que aos olhos do público parece extremamente fácil de conjugar mas, na realidade, é digna de gente sábia.
Mais um concerto com pouca comunicação, mas muita presença.


Obrigada Lisbon Psych Fest.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

MulherHomem - Sabotage Club

Ontem, os MulherHomem decidiram mostrar-nos o seu novo álbum - O Inverno dos Outros.
Foi no Sabotage num concerto que encheu a alma do público que expirava boas energias e esboçava satisfação.
Com a duração de cerca de 1h, tocaram 11 músicas das 12 do novo álbum, 2 do primeiro (Novecentos) e fizeram um encore com uma música nova e uma cover dos Alf.
O que poderia ser assustador para muitos (o facto de a banda ser composta apenas por bateria, guitarra e voz), tornou-se uma autêntica revelação de grandiosidade.
Os MulherHomem, deram um concerto cheio de garra, boa construção musical e uma óptima qualidade de som.
O som deles é puro rock, a roçar o pós - hardcore, composto por uma poética sofisticada e uma melodia pesada, limpa e crua.
De relevar a força, presença, energia e voz polivalente do vocalista- Bruno Broa -, o poder do baterista - Alexandre Nascimento - e, a precisão e grandeza do guitarrista - Luís Balinho.

Venha o novo álbum e novas datas.


Todo o Ar


Mariana


sexta-feira, 3 de abril de 2015

Twin Shadow - Eclipse

Dia 17 de Março saiu o novo álbum de Twin Shadow, Eclipse.
Não entrou à primeira. Não entrou à segunda. Não entrou à terceira. Não me parece que vá entrar.
Eclipse é, talvez, e para mim, o pior álbum do Sr. George.
Trata-se de um álbum sem garra, sem força e sem ritmo.
Em 11 músicas, a linha só se desvia um par de vezes, mantendo-se sempre recta, ténue e constante e cheia de aborrecimento.
É notório o excesso de pop, de letras sem conteúdo e de falta de ritmo. As faixas assemelham-se umas às outras, umas atrás das outras.
Não quero dizer com isto que o álbum está péssimo, apenas se distancia dos outros.
Twin Shadow iniciou a sua carreira em 2000, tem 3 álbuns e 6 Singles/EP's.


Eclipse: